Dados de levantamentos sobre inadimplência não são nada animadores em relação aos que partem para a renegociação de seus compromissos para colocar suas contas em dia, mas não conseguem e apenas alguns meses depois já deixam de pagar a mesma ou outra dívida.

O número de consumidores reincidentes é bem elevado, de 70% pelos estudos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e de 80% pela recente pesquisa, feita em outubro, pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito, SPC-Brasil.

Mais do que qualquer outra coisa, esses resultados retratam a falta de planejamento do devedor. Ele toma a iniciativa de procurar o credor para fixar novas bases para o pagamento, mas se esquece de fazer as contas para ver suas possibilidades reais de assumir e quitar a nova dívida. Mais do que isso não assimila a necessidade de apertar o cinto e cortar gastos. Para que consiga engrenar as contas no azul será preciso mudanças mais radicais de hábitos.

A pesquisa da CNDL/SPC Brasil também mostrou que 80% dos participantes já haviam aparecido no cadastro de devedores nos últimos 12 meses. Desse total, 25% haviam regularizado a dívida anterior e 55% ainda estavam com essa dívida pendente.

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, antes mesmo de propor uma renegociação de dívidas, é importante que o consumidor estude, avalie e planeje uma proposta de pagamento que seja adequada para sua realidade. “Se o consumidor atrasar as parcelas definidas no acordo, nada impede que seu nome volte para a lista de inadimplentes, o que tende a aprofundar o problema”, argumenta Pellizzaro.

O estudo também revelou que o tempo médio decorrido entre o vencimento de uma dívida e outra é de 96 dias, em média. Isso significa que, depois de pouco mais de três meses após ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta, tropeçando em suas próprias dívidas. Ao mesmo tempo, vem crescendo o número de devedores que está conseguindo liquidar suas dívidas. De acordo com o indicador de recuperação de crédito, houve um aumento de 9,5% no total de inadimplentes que conseguiram regularizar suas pendências no acumulado dos últimos 12 meses até outubro. O desempenho supera o de setembro que também já apresentava uma alta de 5,67%.

Considerando o volume de dívidas regularizadas houve um avanço de 8,2%, também no período de 12 meses até outubro. Desse total de pendências colocadas em dia, a maior parte (65%) diz respeito a dívidas bancárias, que incluem cartão de crédito, cheque especial e financiamentos. Na segunda posição ficaram as contas de água e luz, com 19% e logo depois aparecem às contas no comércio, com 9%, serviços de comunicação, como telefonia, internet e TV por assinatura, com 3%.

Fonte: Televendas & Cobrança.

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