Em tempos onde nos deparamos com notícias como: viadutos caindo, políticos corruptos presos, corrupção generalizada, violência explicita; notícias estas que nos deixam envergonhados; surge uma luz no fim do túnel que nos enche de esperança.

Uma pesquisa do instituto Geoc, mostrou que 66% dos entrevistados afirmam que limpar o nome é o principal motivo para pagar dívidas em atraso. Veja abaixo:

A pesquisa possuía uma série de questões relacionadas a quitação de dívidas, como, quando e de que forma o público inadimplente se comporta.

Tenho dito repetitivamente que o perfil do inadimplente mudou nos últimos 10 anos, como mudou e de forma crescente a oferta de crédito. Pessoas que não tinham se quer uma conta bancária, hoje tem muitas vezes a carteira recheada de cartões de crédito de lojas.

Este também é um produto que requer atenção pois 53% dos entrevistados indicam que possuem o cartão de crédito em atraso.

Mas afinal quem é este novo inadimplente? Como disse, o perfil do cliente em atraso mudou, quando comecei a trabalhar com cobrança, a oferta de crédito ainda era restrita e direcionada a uma parcela pequena da população. O carnê de crediário era praticamente a única forma de crédito para o público não bancariazado. Desde a estabilização da economia trazida pelo plano real, o acesso ao crédito passou a ser mais fácil, porém junto com o acesso veio a ânsia de crescer carteiras de crédito, vender produtos de crédito passou a ser a alavanca para empresas de varejo, os cartões Private Label explodiram, o empréstimo pessoal era ofertado no meio da rua das grandes cidades com um grau de competição que muitas vezes gerava até um clima de guerra entre as financeiras instaladas em uma mesma rua.

Também já escrevi diversas vezes, que o crédito é um fator essencial para o crescimento de qualquer país e o movimento relatado acima deve ser visto como uma evolução, porém, insisto que faltou a tão necessária educação financeira.

Canso de ver exemplo de pessoas simples que possuem cartões de crédito, e usam por exemplo em supermercados. Vejam só, o cliente faz no mês 1 uma compra de R$ 300 e parcela em 3 vezes de R$ 100,no mês seguinte mesmo coisa, mais 3 parcelas de R$ 100, no próximo igual; e aí, o que acontece? O que na cabeça dele tinha sido parcelado em 3 X de R$ 100, foi realmente, porém juntaram agora três parcelas e este valor começa a pesar no bolso.

Ora mais é inacreditável você deve estar pensando, como uma pessoa pode não entender isso?  A migração do carnê para o cartão, trouxe uma nova realidade. O consumidor antes acostumado a “visualizar”, “sentir” as prestações fisicamente, passou a conviver com faturas mensais cheias de informação e detalhes que até hoje confundem a população ignorante financeiramente.

A tão carente educação financeira é a ausência básica neste processo. Ocorre ainda, que as instituições insistem em gerar ofertas de crédito cada vez mais acessíveis e a um simples “click”.

Mas mesmo com todo este cenário, a pesquisa nos trouxe um fator positivo o qual deixamos de acreditar. O Brasileiro se preocupa sim em ter seu nome limpo.

Fonte: Televendas e Cobrança

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